terça-feira, 31 de dezembro de 2013

2013: um ano de Plantões


O Plantão da Globo é uma das medidas mais eficiente para que a relevância de uma notícia seja medida, certo? Com ou sem a vinheta trágica, um boletim extra na programação do canal garante e importância de determinado fato. O Território traça agora um resumo sobre essas pautas em 2013. Todos os cálculos foram baseados na lista disponibilizada pelo próprio blog. Você pode conferir melhor cada imagem após clicar nela.


A vantagem de Christiane Pelajo é consolidada por causa da cobertura dos protestos de Junho. Destacável também a posição de Renata Vasconcellos mesmo tendo deixado o hard news para fazer o Fantástico. Abel Neto e Marcelo Courrege, ambos em boletins esportivos, foram os únicos repórteres que ancoraram direto. E Ana Paula Araújo consegue uma boa posição apenas por suas presenças eventuais no JN. Na guerra dos sexos, 8 mulheres ancoraram boletins em 2013. Foram 7 homens (contamos com o Evaristo).


O JG, assim como sua apresentadora, foi inflado pelos protestos. No caso do Fantástico, os únicos boletins sob a batuta do dominical foram em extremos do ano: a tragédia da boate Kiss em Janeiro e os funerais de Nelson Mandela agora em Dezembro.

Lembrando que vários boletins em um mesmo dia sobre o mesmo tema foram computados como um só. 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

A retrospectiva das retrospectivas 2013

Todo mundo faz as suas retrospectivas no final do ano. Sejam pessoais, profissionais, de grandes emissoras de TV ou de blogs, relembrar o que se passou nos mais recentes 365 dias é um exercício interessante. E praticado também pelas maiores redes sociais do planeta.


Caso do Twitter, que disponibilizou novamente uma página especial para relembrar o ano. Com uma lista de tópicos elaborados mês a mês, o site cita os protestos brasileiros em Junho, a Jornada Mundial da Juventude em Julho, o Rock in Rio e a conversa entre Dilma Rousseff e sua fake Dilma Bolada em Setembro, assim como o sorteio da Copa em Dezembro dentre os fatos mais relevantes do planeta em 2013.

No esporte, as conquistas de Cruzeiro na série A e Palmeiras na série B do Brasileirão, da Copa do Brasil pelo Flamengo e da Taça Libertadores pelo Atlético-MG estão em foco ao lado de competições como a Champions League.

O site mostrou ainda os dois tweets mais republicados no ano. Ambos representam luto pela morte de jovens astros americanos. Com 2 mil RTs a mais (396,000 x 394,000), o topo ficou com a publicação de Lea Michele, colega de elenco e namorada de Cory Monteith, estrela da série Glee que morreu por overdose.


No caso da despedida de Paul Walker, destaque na saga Velozes e Furiosos, o principal post veio da própria conta oficial do ator na web.


Para o Facebook, há somente um tema em comum entre os internautas brasileiros e os de todo o mundo: o papa Francisco.


A rede de Zuckerberg divulgou ainda quais os locais em que seus usuários fazem mais check-ins. Liderança nacional do Parque do Ibirapuera e global da Disneylândia.


O vídeo de retrospectiva destaca temas marcantes como o atentado na maratona de Boston e o supertufão nas Filipinas, mas não deixa de abrir espaço para uma versão (diferente) do Harlem Shake. 



Ficou mais caprichado que o do Google, que tentou resumir muito o ano e acabou deixando eventos marcantes de fora do seu resumo...



O gigante divulgou também sua tradicional lista de assuntos mais pesquisados. Dentre os famosos, 2 jovens músicos brasileiros foram as principais celebridades buscadas. Ambos morreram tragicamente em 2013. MC Daleste por um tiro e Chorão por overdose.

Nos grandes momentos, a tragédia de Santa Maria contrasta ao dividir o pódio com o Carnaval e o Rock in Rio. Para o esporte, o grande evento foi a Copa das Confederações, mas a equipe mais buscada foi a também mais popular do país: do Flamengo. Já a popularidade musical teve o Harlem Shake no topo dentre as gringas e o Show das Poderosas de Anitta liderando dentre as nacionais. Seguindo a mesma linha, o BBB13 foi o programa de TV brazuca mais pesquisado. Dos exportados, a liderança foi da série Revenge.

Braço de vídeos do Google, o YouTube preferiu perguntar não o que a raposa diz, mas sim o que 2013 nos falou.



E o Instagram revelou que o local mais fotografado de 2013 foi um shopping na Tailândia. Rio de Janeiro e São Paulo estão entre as cidades que mais renderam imagens para rede.

Na TV, um ano tão rico teve retrospectivas decepcionantes. Na Globo, Glória Maria e Sérgio Chapelin se saíram tão bem quanto sempre, mas a edição fraca e a evidente divisão dos temas em blocos (natureza, EUA, América Latina...) não empolgou. Talvez tivesse sido mais esperta a utilização do esquema das chamadas, que tiveram depoimentos de jornalistas relacionados aos fatos retratados.

Conquista da Copa das Confederações foi destaque na Globo

A Record mais uma vez só cumpriu tabela com seu TOP 30. Mais raso do que um pires, o formato simplesmente junta todos os destaques numa ordem aleatória. Nada eletrizante para o telespectador.

A surpresa fica por conta do SBT, que substituiu Rodolpho Gamberini por Roberto Cabrini, mas manteve o bom ritmo de edição do seu especial. Praticamente completo. Só pecou por forçar a barra para incluir trechos do Conexão Repórter, programa comandado pelo próprio Cabrini.

2013 para história

Existem anos em que enrolamos para retrospectiva ficar com um mínimo de conteúdo. Existem outros em que precisamos abreviar alguns fatos pela abundância de momentos relevantes. 2013 se enquadra na segunda opção. Se o esporte rendeu parágrafos e mais parágrafos, não é diferente com as notícias que vão além de quadras, campos, tatames e pistas.

~em construção~

2013 para história do esporte

Nunca se falou tanto do ano seguinte quanto nesse ano. Seja pelo início da venda de ingressos, pelo sorteio, pelos acidentes nas obras, pelas últimas equipes classificadas nas eliminatórias... 2014 já está na boca do povo. E não só no Brasil. O mundo já começa a respirar o clima de Copa.


Mas só nós já tivemos esse gostinho em pleno 2013. Como dizia a chamada de uma certa emissora de TV (citamos se pagarem #ad, pessoal), nada melhor do que uma Copa para se preparar para outra. Foi assim que encaramos a Copa das Confederações. A competição até que demorou a "pegar". Na abertura, as vaias contra a presidente Dilma foram o principal assunto. Nos outros jogos das fases de grupos, os protestos roubaram completamente a cena. Mas havendo revelação ou não, conforme o Brasil avançava, a fúria das ruas não era mais a mesma. O coro que pedia melhorias nos serviços públicos se transformava naquele que cantava o Hino Nacional junto nos estádios. Foi assim também no Maracanã, que recebeu sua primeira grande final após ser inaugurado. Deu certo. 3 a 0 sobre a Espanha. Olé! De quebra, ainda vingamos os pobres taitianos, derrotados por 10 a 0 pelos espanhóis, mas que conquistaram toda a torcida. Em 2014, os atuais campeões já podem ser enfrentados nas oitavas de final. Mas alguém aí ainda os teme?


O Maracanã foi também palco da final da Copa do Brasil. E a emoção rubro-negra foi tão forte quando a verde e amarela. O Flamengo de Jayme de Almeida foi tricampeão diante de cerca de 70 mil torcedores que vibraram com o 2x0 sobre o Atlético-PR. Foi a consagração de uma arrancada iniciada após a eliminação do Cruzeiro, então líder e que depois se sagraria campeão do Brasileirão com a segunda melhor campanha da história dos pontos corridos. Na rodada final, os campeões nacionais do ano se encontraram. Deu empate. 1 a 1.


Se o Cruzeiro conquistou o Brasil, a América foi do Galo. Diante do Olímpia, o time de Cuca conseguiu a vitória na grande final da Libertadores. Mais uma embalada ao som do "eu acredito!". Foi a primeira conquista continental do clube em sua história. Mas quem também fez história foi o Raja Casablanca... Os marroquinos surpreenderam no Mundial de Clubes e o time mineiro se contentou com o terceiro lugar. O título ficou com o Bayern de Pep Guardiola, que conquistou absolutamente tudo que disputou em 2013.

Ex-time de Guardiola, o Barcelona ganhou o campeonato espanhol. Mas não vibrou só pela conquista. Após vencer um verdadeiro leilão pelo passe de Neymar (e sem nem mesmo dar o maior lance), o time catalão começa a ver o craque despontar até mesmo numa posição de protagonismo. "Ajuda" das lesões de Messi, claro. Aliás, o argentino pode finalmente ser desbancado na Bola de Ouro da Fifa. A tendência de premiações paralelas vem sendo a conquista do prêmio individual por Cristiano Ronaldo. O Brasil mais uma vez tem Marta o representando dentre as 3 melhores do mundo.

Mas 2013 também teve tragédias no esporte. Na Bolívia, a disparada de um sinalizador pela torcida do Corinthians matou o jovem Kevin Spada. 12 integrantes de uma organizada ficaram presos no país por meses. Alguns já foram pego novamente em confusões nas arenas brasileiras.

Também ficamos marcados pela batalha campal de Joinville. Confusão lamentável na rodada final do campeonato. No duelo entre Atlético-PR e Vasco, 5x0 para os paranaenses, que rebaixaram os tradicional time como segundo pior do Z4. Pelo menos esse rebaixamento será cumprido... O Fluminense também caiu dentro de campo, mas apelou para uma das maiores tradições do clube: o tapetão. Resultado? A Portuguesa acabou pagando o pato e estará na série B 2014.

Absoluta falta de bom senso no ano em que o movimento de jogadores paralisou partidas, ameaçou greve e finalmente enfrentou a CBF por mudanças no calendário. Por enquanto, nenhuma conquista concreta. Mas eles prometem insistir nas manifestações em 2014. Aliás, uma das principais reivindicações é a redução dos estaduais, cada vez menos nobres. Em 2013, SP viu o Corinthians ser campeão (o time também ganharia a Recopa, mas a campanha pífia no Brasileirão culminou com a despedida do técnico Tite, agora substituído por Mano Menezes), o RJ acompanhou o Botafogo levar os dois turnos e até dispensar a grande final, MG assistiu a vitória atleticana no superclássico estadual e o RS teve a conquista do Inter, que seguiria roteiro parecido ao dos campeões paulistas com um desempenho decepcionante no campeonato nacional. Enquanto isso, times como o Goiás e o Vitória quase entraram na zona da Libertadores. Faltou pouco para Walter e Maxi Biancucchi vibrarem.

Se o "quase" ficou presente no futebol, a Fórmula 1 não teve espaço para contestações de mais um título de Sebastian Vettel. O alemão simplesmente voou. Assim como Felipe Massa voou para longe da Ferrari. O único brasileiro garantido no grid em 2014 agora é da Williams.

Tão frequente quanto Vettel no topo do pódio na F1 foi a participação das meninas do nosso vôlei na mesma posição de honra. Campeãs em tudo que disputaram. Enea no Grand Prix. Bom sinal para o ciclo olímpico? Afinal, se a Copa já está aí, não vai demorar muito para Olimpíada do Rio também bater em nossas portas.

E muitos atletas prometem nos representar bem nos Jogos. Assim como o vôlei feminino, Arthur Zanetti também foi ouro em Londres. Assim como elas, ele também manteve as boas performances e foi campeão mundial nas argolas.

Outro medalhista de ouro (mas em Pequim), César Cielo também foi ao topo no Mundial de Esportes Aquáticos. No de judô, realizado no Rio, conquista de Rafaela Silva. Outras 6 medalhas também viriam, incluindo a prata por equipes dentre as mulheres.


Poliana Okimoto (maratona aquática) e Jorge Zarif (vela) foram nossos outros atletas dourados. E acabaram consagrados como melhores atletas brasileiros do ano no prêmio Brasil Olímpico.


Consagração que também veio para o handebol agora campeão mundial. Vitória na final contra as donas da casa após uma campanha épica. Coroação de um trabalho que já havia mostrado bons frutos no Mundial de 2011 e até na Olimpíada passada.

E seguimos vencendo quase tudo também no UFC. Entre derrotas de ídolos como Júnior Cigano e a consolidação de novos nomes como o de Renan Barão, o Brasil segue como um dos países mais bem representados na modalidade. E isso mesmo após a queda do mito Anderson Silva, duas vezes derrotado pelo americano Chris Weidman. Na revanche, uma cena que chocou. O supercampeão fraturou a perna e gritou de dor no octógono. A recuperação pode durar até 9 meses e há dúvidas se ele voltará a competir.

Já aposentado, Michael Schumacher também assusta o planeta nesse final de 2013. O heptacampeão jamais se lesionou gravemente em todos os seus anos de automobilismo, mas quis o destino que tivesse um traumatismo craniano após cair enquanto esquiava. Schumi agora está em estado crítico e as chances de que saia ileso são quase impossíveis.

No ano em que diversos campeões fizeram a festa, a agonia de dois ídolos não é o final que ninguém esperava... Resta torcer para que possamos constar sobre a recuperação de ambos na retrospectiva 2014, o ano que, como falamos já no primeiro parágrafo, foi um dos mais falados antes mesmo de começar em todos os tempos. E que já tem uma cara aguardada por todos nós:

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O mundo nas mãos delas


O final de semana não foi bom para os donos da casa. Depois do Raja Casablanca ser derrotado em pleno Marrocos pelo Mundial de clubes de futebol, a Sérvia viu a Arena de Belgrado lotada acompanhar um passeio adversário pelo Mundial de handebol feminino.

O passeio foi verde e amarelo. Depois de chegar nas quartas de final no Mundial passado, realizado em São Paulo, assim como nos Jogos Olímpicos de Londres, as meninas do handebol alcançaram um feito inédito só pela presença na final. Foi a primeira vez na história da modalidade. A segunda em que um time de fora da Europa conseguia tal façanha (antes, a vez foi da Coreia do Sul). Mas a nossa Seleção não ficou satisfeita "somente" com isso e foi para cima das sérvias. Afinal, se já havia vencido as europeias na primeira fase, qual seria o problema agora? 


No meio do caminho, já haviam surgido vitórias também contra equipes tradicionais, como Hungria e Dinamarca. Aliás, que vitória sobre a húngaras! Nas quartas de final, a tão esperada vaga entre as 4 finalistas veio somente após duas prorrogações. Depois dali, nossa equipe parecia mesmo predestinada ao local mais alto do pódio, quase como ocorreu com a do vôlei em Londres, após uma superação também épica nas quartas, mas naquela vez contra as russas. E a vitória contra a Dinamarca também guarda um certo lado curioso, já que nosso treinador é dinamarquês.

O Brasil, que tem Alexandra como melhor jogadora do planeta, viu a coroação de Duda no Mundial. E também a justa conquista individual de Babi como melhor goleira da competição. Substituta da histórica Chana, ela fez defesas memoráveis, até mesmo nessa grande final.


Vale lembrar que o Brasil tinha tido somente um modesto 15º lugar em 2009. Mas 4 anos foram suficientes para equipe que ninguém levava a sério chegar ao topo... E logo antes da Olimpíada no Rio. Alguém duvida de que nossas alegrias olímpicas no esportes coletivos agora irão além da tradicional dobradinha entre vôlei e futebol? 

Com todas as principais jogadoras atuando nas grandes ligas internacionais (o Brasil não possui uma fixa de handebol feminino), nossa equipe aprendeu direitinho a lição. Mais do que qualquer um poderia supor. E é assim que o esporte até então mais conhecido pelas aulas de educação física se torna orgulho de toda uma nação. 

Na TV

Prova de que o handebol tinha moral quase zerada no Brasil, o Esporte Interativo comprou os direitos de todos os Mundiais em 2009 sem nenhuma concorrência de SporTV ou ESPN, por exemplo. 

Azar do público que não tem acesso ao canal, indisponível na Net e na Sky, por exemplo. Apesar disso, o EI fez um show de transmissão. Com reportagens in loco e a vibração sensacional de André Henning, a cobertura mostrou bem a emoção de cada passo da conquista.


Na Globo, o Mundial ganhou destaque só com a vaga na final, quando rendeu nota na escalada do Jornal Nacional. Ontem, após o título, a primeira notícia sobre a conquista veio narrada por Fausto Silva durante o seu Domingão. Ele saudou o feito histórico e a conquista. Mas a Band noticiou o feito antes, durante Brasil x Chile pelo futebol feminino, jogo também conquistado pelo Brasil, que levou ainda a Copa das Nações de beach soccer mais cedo.

Com imagens cedidas pelo EI, o assunto voltou a entrar em pauta no Fantástico e até mesmo abriu a edição dessa segunda do Globo Esporte

Na internet

Com direito até mesmo a elogios da presente Dilma no Twitter, a conquista foi o assunto da tarde de domingo em toda a rede. Até mesmo nos portais sérvios, que lamentaram a derrota da equipe local. 


E a repercussão também ficou estampada nos jornais de todo o país nessa segunda. 


Para quem quiser (re)ver se arrepiar com a vibração pelo título, seguem alguns dos principais trechos do que aconteceu de mágico nesse 22 de dezembro de 2013: