segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Jornalismo global promove mudanças e ganha reconhecimento internacional

@lucasfelix

Do início ao fim, 26 de setembro de 2011 foi um dia bem especial para o jornalismo da Rede Globo. Mas não por notícias externas, mas sim de fatos que envolvem diretamente a própria emissora.

Pela manhã,  a emissora levava ao ar uma nova versão do Bom Dia Brasil. O telejornal trocou seu cenário, que ficou mais simplista e leve e ainda ganhou um super telão para apresentação de gráficos e afins. Padrão já adotado no Jornal da Globo, Globo Esporte e Fantástico. Já na bancada, as mudanças não se resumiram ao objeto em si. Por trás dela, a dupla de Renata Vasconcellos foi alterada. Sai Renato Machado, que se torna correspondente em Londres e entra Chico Pinheiro, recém-saído do SPTV, agora comandado por César Tralli, mais uma novidade do dia.

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Até aí, tudo previsto. As estreias já tinham sido anunciadas pela Globo há meses. Só que de noite viria o Emmy Internacional, prêmio que já rendeu 9 indicações ao Jornal Nacional. Antes de hoje, eram 9 indicações e nenhuma vitória. Mas essa história mudou. Com a cobertura da invasão do Complexo do Alemão pelas forças policiais do Rio de Janeiro, o JN finalmente conseguiu o tão esperado título. William Bonner e Ana Paula Araújo foram para Nova York, onde receberam o prêmio da categoria notícia. O JN disputou com produções do Reino Unido, da Islândia e das Filipinas.

Update: Na noite dessa quarta, aconteceu a festa da vitória oficial. Bonner foi entrevistado na bancada do JN pela sua companheira Fátima Bernardes. Dava para esse momento não ser épico?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Último capítulo fecha genialmente a história de Cordel Encantado

São poucas as tramas que conseguem ser aplaudidas pela crítica do início ao fim mantendo ótimos índices de audiência ao mesmo tempo. Cordel Encantado faz parte deste seleto grupo. A trama de Thelma Guedes e Duca Rachid chegou ao fim nessa sexta-feira com um último capítulo que meio a clichês e inovações, conseguiu fechar de forma brilhante a história que mesclou o sertão nordestino com um reino europeu.

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O que podia parecer ridículo, acabou dando uma liga fantástica. Tudo se encaixou bem e o conto de fadas passou o máximo de verossimilhança que podia. Além do excelente roteiro, os cenários e figurinos também podem ser considerados destaques. A qualidade da imagem produzida em 24 quadros (técnica de cinema) é outro fator que pesou em diferenciar Cordel Encantado em relação a tantas outras novelas que vão ao ar.

Quando falamos nas interpretações, também não faltam destaques. Desde a química do casal principal (Jesuíno, Cauã Reymond; Açucena, Bianca Bin), até os vilões que variaram entre tipos loucos (Timóteo, Bruno Gagliasso) e cômicos (Úrsula, Débora Bloch), passando pelo divertidíssimo núcleo da Prefeitura com Marcos Caruso e Zezé Polessa dando show como Patácio e Ternurinha. Outra boa surpresa foi o ator mirim João Fernandes, o Nidinho. Há tempos que não se via uma criança com tanto potencial na dramaturgia brasileira. Em todos os momentos, ele deu conta do recado com folga. O veterano dos teatros e estreante nas telinhas Domingos Montagner é mais um que conseguiu ter uma atuação excelente. Em meio a atores com alguma experiência, vários também conseguiram superar a média de seus trabalhos anteriores. Carmo Dalla Vecchia fez uma de suas melhores interpretações enquanto Nathália Dill e Jayme Matarazzo conseguiram evoluir em relação ao que fizeram em Escrito nas Estrelas.  

O último capítulo 

Com os principais desfechos resolvidos no dia anterior, restou o típico final feliz para o encerramento da história. Como não podia ser diferente, vários bebês e muito amor marcaram o capítulo. Mesmo assim, as autoras conseguiram prender a atenção do telespectador o tempo inteiro. A chatice passou longe.

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Surpreendente e excelente foi a ideia da felicidade eterna ficar subliminar. Embora o momento retratado tenha sido de alegria, a possibilidade de uma reviravolta ficou totalmente em aberto. Se fosse uma série, até ia parecer apenas um final de temporada. A estratégia do desfecho ser feito pela cabeça do telespectador só aumenta a falta que essa novela vai fazer. Agora é torcer para que A Vida da Gente ao menos mantenha o nível sensacional.

domingo, 11 de setembro de 2011

10 anos do dia que nunca acabou

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Há 10 anos atrás, o planeta tinha alterado o rumo da sua história. A dimensão do 11 de setembro de 2001 é incalculável até hoje, de tão marcantes que os macabros atentados foram. As reações de bilhões de pessoas que acompanhavam as imagens perplexas diante da TV eram as mais diversas, que até hoje ainda é extramente difícil as condensar em linhas. Com os até então inatingíveis Estados Unidos sob ataque, o que pensar? Era tudo ficção? Ou o início de uma nova era?

A segunda opção parece ter prevalecido. O início da era do medo e o confronto direto entre Ocidente e Oriente. O sequestro de 4 jatos, a queda das torres do World Trade Center, a suspensão do espaço aéreo americano por 2 dias e das atividades da Bolsa de Nova York por 7 eram apenas o começo de diversas outras páginas da história que seriam escritas a partir dali.

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Após as quase 3 mil mortes ocorridas naquele dia, vieram quase 100 mil em guerras promovidas pelos EUA após o 11/9. Números frios que ainda não conseguem retratar todos os danos mais subjetivos. Quantas crianças ficaram órfãs? Quantas famílias foram desintegradas? Isso não apenas na América, mas também no Iraque, no Afeganistão... Afinal, George Bush precisava de uma reação. Em ambos os casos, civis pagaram o preço pelo duelo entre os poderosos.

Para Brasil, Índia e China, a fragilidade americana pós-11/9 foi essencial para o espetáculo do crescimento que transformou as nações em desenvolvimento como novos pilares da economia mundial. A economia não tem sentimentos.

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Em 2011, após 10 anos de caçada, o "julgamento" dos ataques. Foram 19 terroristas que participaram diretamente e outros tantos que planejaram a ofensiva da Al-Qaeda contra o povo americano, mas apenas a imagem de um deles se tornou suficiente para representar a vingança estadunidense. Nesse contexto, ela tardou, mas veio. Na madrugada de 2 de maio de 2011 (horário do Brasil), o presidente Barack Obama anunciava a morte de Osama Bin Laden.

MÍDIA

Praticamente todas as pessoas que tinham mais de 5 anos na data lembram-se de onde e como estavam quando viram as imagens dos ataques. Ocorridos numa época onde a internet ainda era luxo, a TV foi praticamente a única fonte de informação da população na data. Dias antes, todas as emissoras brasileiras já tinham passado por uma prova de fogo. No 30 de agosto de 2001, os canais também ficaram ao vivo durante toda a manhã e boa parte da tarde com uma cobertura jornalística. Era o sequestro do apresentador Silvio Santos em sua própria casa. 12 dias depois, o final não conseguiu ser tão feliz.

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 Após 10 anos, ataques históricos seguem sendo manchete

Primeiramente, todos pensavam se tratar apenas de um acidente aéreo envolvendo um monomotor. Tanto é que a Globo, primeira emissora aberta brasileira a informar sobre o tal acidente rapidamente voltou com sua programação normal ao ar. Minutos depois, a vinheta do temido Plantão interrompia novamente a programação. Apenas para atualizar as notícias sobre o que ainda era um acidente. Logo depois, um avião se choca contra a outra torre. A partir daí, mesmo que aquilo soasse como surreal, a cobertura passou a ser tratada como a de um atentado. Sim, os States não eram inatingíveis. O Jornal Nacional teve uma edição especial que ficou no ar por 1h. Jornais e revistas lançaram edições extra o mais rápido possível. O terror rifou diversos outros assuntos que teriam destaque em dias comuns, como o assassinato de Toninho do PT, então prefeito de Campinas, ocorrido na noite do 10 de setembro.

MÍDIA, 10 ANOS DEPOIS

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Desde o início do mês, a data é lembrada constantemente pela imprensa brasileira. Jornal Hoje, Jornal Nacional, Jornal da Globo, Jornal da Record e SBT Brasil levaram ao ar séries especiais sobre a data (sendo que JH e JG enviaram os apresentadores Sandra Annenberg e William Waack para Nova York) enquanto a Globo News promoveu uma série de programas. A Record exibiu ontem, em sessão especial, o filme Voo United 93.

Ainda hoje, o Fantástico também será apresentado por Patrícia Poeta direto de NY.