sábado, 25 de maio de 2013

A precoce saída de Danielle Winits de Malhação

É inegável que a novela das 21h tem um peso infinitamente maior para TV brasileira do que Malhação, novelinha teen que "apenas" abre o horário nobre global. Mas essa lógica simplista não pode prevalecer em todas as ocasiões. O uso do bom senso é extremamente recomendado em alguns casos, como teria sido na troca bizarra de Danielle Winits entre a trama jovem e o principal folhetim da Globo.

Em Malhação, a atriz interpretava Marcela, uma jovem mãe solteira com destaque absoluto, talvez o maior dentre os personagens adultos. Mãe de um dos principais destaques do núcleo jovem e com um relacionamento engatado no folhetim, a personagem se destacava em cenas diariamente, mesmo com a duração reduzida dos capítulos na comparação com as principais tramas do horário nobre. Mas o interesse da direção e do autor de Amor à Vida, com a conivência dos superiores, preferiu deixar um órfão, um viúvo (que já havia se separado antes) e um clima de luto raro num espaço onde a alegria da juventude se destaca.  Tudo isso há pouco mais de 2 meses para o desfecho da temporada. 

A opção das autoras pela morte da personagem ao invés de uma simples viagem talvez tenha sido uma forma de protesto pela decisão superior que retirou Winits sem se importar com os rumos da novela de que ela participava.

Agora, a atriz deve entrar brevemente em Amor à Vida servindo como peça secundária para um casal gay, que já não passa do papel de coadjuvante na trama. Em meio ao extenso banco de atores da Globo, fica complicado entender a razão da opção por Danielle, que apesar de vir se destacando em trabalhos recentes, como o filme Até Que a Sorte Nos Separe e na própria Malhação, passa longe de ser insubstituível. 

Do limão... 


... as autoras acabaram fazendo uma limonada. A morte inesperada de Marcela ao menos serviu para uma nova sacudida na trama, já que a professora do Quadrante morreu atropelada enquanto tentava salvar, sem sucesso, sua enteada Lia de um sequestro. Todos os núcleos acabaram sentindo a perda da querida personagem e a tensão do rapto de outra.

Aliás, apesar de poder lembrar o sequestro da Raquel na excelente temporada de 2010, a abordagem do crime atualmente também consegue ter uma surpreendente jovialidade, retratada na caçada realizada por alguns dos amigos de Lia pela Floresta da Tijuca. Aliás, a atuação de Alice Wegmann é digna de muitos elogios nas cenas mais recentes. Muitas vezes amordaçada, a atriz consegue transmitir emoção apenas por suas expressões, algo raro na era do botox. A cena em que ela é informada da morte de Marcela certamente vai figurar entre as mais comoventes do ano na televisão brasileira. 

Bayern x Borussia, uma final digna de Liga dos Campeões

Após a derrota na final para o Brasil em 2002 e campanhas que perderam o fôlego na reta final dos Mundiais em 2006 e 2010, a geração do futebol alemão parecia predestinada a ficar no "quase". Até alguns meses, pouco se ouvia falar do que rolava dentro dos campos germânicos. Até os atletas brasileiros que atuam no país eram pouco conhecidos por aqui, como Dante e Luiz Gustavo, convocados por Felipão para Copa das Confederações. Porém, os alemães trabalhavam enquanto os espanhóis encantavam o mundo, afinal, todo império acaba um dia. E o império espanhol pode ter terminado antes do previsto. Não que os atuais campeões do mundo entre os países devam ser desconsiderados da briga. Aliás, longe disso. Mas num esporte onde o momento é essencial, ele parece estar agora ao lado dos alemães.


A maior representação do início dessa possível nova fase do futebol mundial foi a surpreendente final da Liga dos Campeões entre duas equipes oriundas da Alemanha, "coincidentemente" as mais bem colocadas no mais recente campeonato nacional. Bayern de Munique e Borussia Dortmund bateram, respectivamente, os populares Barcelona e Real Madri. Wembley viu um raro duelo entre dois times da mesma nação numa final. E gostou do que viu. Os 90 mil que lotaram o tradicional estádio londrino presenciaram um duelo digno da grandiosidade da mais importante liga de clubes do planeta.

O surpreendente domínio inicial do Borussia logo cedeu ao estilo arrasador do Bayern, resultando num equilíbrio que permaneceu dos minutos de encerramento do primeiro tempo até o apito final. No final, valeu a precisão dos vermelhos, que tiveram menos chances, porém as aproveitaram melhor (o único gol do Borussia veio apenas através de um pênalti).

A final também serviu como redenção para Robben, que havia perdido o pênalti decisivo na final da Champions League passada, que entregou o título ao Chelsea justamente quando o Bayern, melhor time do que os Blues durante toda a temporada, disputava a decisão em casa. Após algumas chances perdidas, o script do holandês de falhar em decisões caminhava para se repetir, porém foi devidamente interrompido pelo destino, que tratou de gerar o gol decisivo dos pés do jogador.

Pepe Guardiola e o time campeão da Libertadores que se preparem. Para o treinador, a pressão para manter o sucesso de uma possível tríplice coroa. Para a equipe sulamericana, a tensão em confrontar com os germânicos no Mundial de Clubes. Quem sabe não vem outra aula de futebol nos Marrocos?

Sem Champions, com Neymar...

Depois das goleadas sofridas diante dos finalistas da Liga dos Campeões, Barcelona e Real Madrid começaram a buscar formas de compensar seus torcedores para o final de temporada europeu. A melhor ferramenta para agradar a torcida após uma derrota não é diferente no Brasil ou na Espanha. Ambos trocaram seus treinadores e partiram em busca de uma contratação de peso. E o alvo preferido estava aqui.

Os times começaram um verdadeiro leilão pelo passe de Neymar, que pode ser dar ao luxo de optar entre as propostas, ficando com a feita pelo time catalão, uma decisão acertada na visão desse blogueiro. Se o craque revelado pelo Santos acaba sentindo a pressão de ter que ser genial o tempo inteiro na Seleção Brasileira, terá muito mais opções para dividir a responsabilidade no clube de Messi do que no de Cristiano Ronaldo. 

O esquema tático ofensivo do Barça também pode acabar sendo vantajoso ao estilo do namorado de Bruna Marquezine, que provavelmente vai poder se preocupar mais em simplesmente marcar gols já praticamente feitos do que ainda em ter que armar a jogada.

Com uma adaptação rápida, a revelação já pode se destacar ainda no segundo semestre, em um ciclo que trará apenas vantagens para Seleção Brasileira, em que o jogador finalmente estará acostumado com uma frequência de duelos contra equipes importantes antes do Mundial. Na atual situação, qualquer esperança a mais de título na Copa é digna de nossa euforia. Resta torcer para que a euforia se mantenha em  16 de julho de 2014. 

Flor do Caribe: Muita beleza no ritmo certo

A estreia de Flor do Caribe pode ter passado uma impressão errada, mas o tempo tratou de fazer justiça e mostrar que a novela das 18h cumpriu muito mais do que prometeu.

Com os satisfatórios índices iniciais de audiência, o autor aparenta ter criado confiança no entendimento do público e começou, de fato, a contar uma história. Aliás, esse é um dos principais trunfos do folhetim. Mesmo sem viradas espetaculares frequentes, existe a sensação diária de que a trama está andando. Essa ausência da tão temida "barriga" é rara até mesmo nas produções das 21h.

Protagonista Grazi Massafera segue sendo destaque positivo

O nível das atuações não evoluiu na mesma proporção do texto. O vilão Igor Rickly disparou seu nível, porém o mocinho Henri Castelli ainda alterna bons e maus momentos numa velocidade digna de corrida de Fórmula 1.

Essa mistura entre bem e mal, drama e comédia, rapidez e lentidão e tantos outros elementos distintos que poderiam acabar soando como um clichê em escala máxima deu liga. Sorte do telespectador e da Globo.