segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Análise linguística do texto Especulações Políticas

O texto Especulações Políticas, escrito por Laurence Bittencourt, se mostra um misto de artigo opinativo com o gênero notícia. Apesar de trazer informações novas ao leitor, a base que gera todo o desenrolar das ideias é feita somente em deduções do seu autor.

A abordagem de um tema político favorece ainda mais essa veia, apesar do início mais parecer um diário, como ao citar na primeira linha que esteve “em Recife no último fim de semana”.

Também há o uso de termos irônicos, como a colocação de silêncio entre aspas na quarta linha, induzindo a ideia de que a pausa do governador Eduardo Campos em suas falas é pura questão de estratégia.

Apesar do tom pessoal, o leitor é convidado a refletir em diversos momentos. Exemplo de quando se pergunta “Era para ser assim?” na terceira linha do segundo parágrafo.

Outra evidência é de que Eduardo já está em clima de campanha. Apesar de indicar nas linhas finais do quinto parágrafo que acredita no começo da disputa real somente após o Carnaval, logo abaixo e já no sexto parágrafo, é revelada a existência de um cronograma do estafe do pernambucano.

Mais uma das características que mostram como o texto tende mais para opinião do que para o jornalismo em si é a observação na primeira linha do sexto parágrafo: “um dado que achei interessante”. Ou seja, o próprio jornalista diz ao público em que ele deve prestar atenção, sem permitir uma análise mais imparcial da relevância do conteúdo.

Curioso também é que o discurso do anônimo professor é citado todo em forma indireta. Nenhuma aspa de uma declaração garantida do tal mestre da Universidade Federal de Pernambuco, que, aliás, foi citada imediatamente pela sigla, assim como o PT ou o STF. Sinal de informalidade na escrita.

Ao final, o último parágrafo também mostra a intenção real de tudo que já havia sido trabalhado até então: o texto não possui um interesse especial em Campos, mas em como ele pode alterar o tabuleiro eleitoral em 2014. O líder do PSB foi ignorado na conclusão, que destaca Dilma, a favorita para disputa, e Lula, seu mentor. Anteriormente, Aécio Neves e Marina Silva também já haviam sido citados.

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