O vigor pode disfarçar, mas o escritor Mauricio de Sousa já tem 77 anos. E 10 filhos. Uma delas, a que se tornou mais célebre, é Mônica Sousa, que tem atualmente 52 anos na vida real. 2 a mais do que a personagem que ela inspirou e que é o centro do foco da palestra de Mauricio. E foi falando sobre a dentucinha gorducha do bairro do Limoeiro e tantos outros personagens icônicos no imaginário popular que o paulista abriu a XIX Cientec, levando cerca de 5 mil pessoas ao anfiteatro da UFRN nesse 22 de outubro.
Diante da maior plateia
recente de sua série de palestras, feito anunciado diante do público e depois
repercutido em seu Instagram, Mauricio parecia mais uma das tantas crianças que
buscavam seu autógrafo quando se viu diante da multidão. Mas o baque de dezenas
de centenas de pessoas não intimidou o consagrado cartunista. Isso por não
haver sangue na concha acústica do campus. O empresário confidenciou que uma
das suas maiores dificuldades no começo de carreira como jornalista policial
era lidar com imagens sangrentas.
Por sorte dele e nossa,
após uma primeira tentativa frustrada, seus projetos de tirinhas foram logo
aceitos pela Folha da Manhã. Daí para tiragens avassaladoras das suas
publicações foi um pulo. E o império permanece até hoje, em grande parte pelo
tato do seu líder.
O autor confessou que a
criação da Turma da Mônica Jovem, versão teen da já conhecida turminha, veio
como percepção de mercado. As crianças largavam os personagens ao entrarem na
pré-adolescência simplesmente por os considerarem coisas de crianças.
E Mônica, Cebolinha,
Cascão e Magali podem se preparar para crescerem mais. Uma versão adulta já
está nos planos. A ideia é que essas histórias sejam contextualizadas com os
fatos mais relevantes que estiverem ocorrendo próximos de suas publicações. O
tema foi um dos levantados durante o momento aberto para perguntas. Mas nem
todos ganharam respostas completas. Caso de um pequeno fã ao questionar sobre
qual seria o melhor plano infalível do Cebolinha. O criador do mais “elado” dos
personagens titubeou e prometeu estudar melhor sobre, apesar de já ter dado uma
pista: pode ter sido o que rendeu menos coelhadas aos cinco fios de cabelo.
E é assim, sem perder o
jeito caipira, evidenciado pela camisa xadrez, mas com os olhos até em um
eventual Oscar, plano revelado ao falar sobre os projetos de animação
envolvendo o Horácio, que Mauricio de Sousa mostrou que o criador de tantas
criaturas adoráveis que permeiam nossas mentes também é adorável.
Dos mais
novos aos até numerosos idosos que estavam presentes, o público que acompanhou
a abertura do maior evento cultural do Rio Grande do Norte saiu plenamente
satisfeito ao poder descobrir mais sobre o universo dos quadrinhos e agora
também das telinhas.
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