A tentativa de re-hierarquizar os
valores do auditório vem desde a Antiguidade. E algumas técnicas conhecidas
como lugares de argumentação podem auxiliar o orador. Os 6 lugares citados são
de quantidade, qualidade, ordem, essência, pessoa e existente.
O lugar de quantidade, obviamente,
tenta afirmar o valor de uma coisa sobre a outra utilizando apenas argumentos
quantitativos. Essa é até mesmo a premissa do modelo de democracia que
aplicamos em nossas eleições, já que para maioria dos cargos vence simplesmente
quem tiver mais votos.
Já o lugar de qualidade foca
justamente em contrapor a quantidade. É ele que explica as cifras milionárias
pagas pelos originais de pinturas famosas que qualquer indivíduo pode copiar
facilmente em sua residência por preços módicos.
No lugar de ordem, a vantagem certa é
do anterior sobre o posterior. A representação citada por Antonio Suarez Abreu
para exemplificar esse lugar é a do pódio olímpico, com o primeiro sendo
medalhista de ouro e prevalecendo sobre os demais.
O lugar de essência valoriza indivíduos
que possam representar bem uma essência, claro. Ou seja, servem como
caracterização de algo. Todo ano é eleita uma Miss Universo justamente para que
haja uma representação do que os jurados consideram que é o modelo de mulher
mais bonita do mundo naquele contexto.
O lugar de pessoa tenta ligar a
superioridade diretamente aos indivíduos. Esse tipo de embate ocorre, por
exemplo, durante as eleições, quando os candidatos trocam ofensas pessoais como
forma de preverem o que seus opositores fariam em eventuais gestões.
Enfim, todos esses lugares são usados
para argumentação. Mas não pense que argumentação é tentar provar algo. A base
é tentar convencer o outro. Não fazer com que o outro pense que sua opinião
está certa, mas sim com que a sua opinião também se torne a dele.
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