terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O conceito nietzschiano da moral de rebanho

Um dos conceitos morais mais criticados por Nietzsche em sua obra é o de que grande parte das pessoas adote a “moral de rebanho”, isso é, que os indivíduos sintam a necessidade de terem todas as suas ações feitas em comunidade.

Segundo Nietzsche, tal massificação seria oriunda da dominação do sistema burguês e cristão no mundo ocidental.  Isso deixa que o estabelecido por uma elite como verdade acabasse se tornando verdade absoluta.

Essa moral que levou ao rebanho é oriunda de outros conceitos também largamente citados na obra nietzschiana, os de bem e mal. Ele destaca que tais pensamentos foram invertidos pelo povo judeu.

Frágeis, os judeus optaram pela valorização da moral apolínea, que privilegia a razão, do que pela desordem dionisíaca. Suas fraquezas no plano terreno teoricamente seriam compensadas futuramente.

A diferença entre os bons e os maus também estaria em suas classes sociais, porém houve uma inversão durante a História. Se antes os plebeus eram designados como os maus, o ressentimento dos escravos acaba por deixar os nobres como maus.

Em sua Genealogia da Moral, Nietzsche chega a classificar os judeus como “povo sacerdotal do ressentimento por excelência”, já que o começo da chamada moral escrava foi justamente graças a eles.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Acaba o pontificado de Bento XVI

De tão rara, a decisão do papa Bento XVI de renunciar ao cargo jamais havia sido especulada. Se nem mesmo João Paulo II havia optado por esse ponto final precoce ao seu papado enfrentando problemas de saúde evidentes, qual seria a razão para seu sucessor tomar essa decisão estando visivelmente saudável para  um senhor de 85 anos? Segundo ele, apenas cansaço. A história vai responder essa questão de fato.

A Igreja vinha mergulhada no mesmo boom de polêmicas que a cerca desde o início dos anos 2000. Perda de fiéis, crescimento do islamismo, denúncias de pedofilia, membros da Santa Sé relevando segredos... Mas nenhum deles estava no auge em 11 de fevereiro de 2013. Ratzinger teria optado por se despedir em um momento de relativa calmaria de propósito? Eis mais uma questão que fica sob a responsabilidade da história.

Mas esse post não se objetiva em especular sobre teorias conspiratórias dignas de Dan Brown. O blog vai apenas retratar como a imprensa brasileira e mundial contou a história que está sendo escrita depois de mais de 600 anos da última renúncia papal.

A Globo fez a cobertura mais ampla sobre a saída e toda a repercussão gerada por ela. A primeira informação veio ancorada por Sandra Annenberg em edição extra do Globo Notícia no break do Mais Você cerca de 15 minutos depois da agência italiana Ansa noticiar o fato em primeira-mão.

Aliás, cabe uma observação curiosa sobre o furo da Ansa: Ele foi conseguido apenas pelo domínio do latim pela repórter da agência que cobria um teoricamente simples anúncio de canonizações.

Voltando para plim-plim, Sandra Annenberg ainda voltaria com o Globo Notícia extra minutos depois para aprofundar as informações usando o conteúdo divulgado pela Reuters e reproduzido pela CNN.

A edição do Bem Estar foi completamente dedicada ao assunto, assim como diversos jornais locais receberam os bispos das regiões para comentários sobre a saída de Bento XVI.

Surpreendido por um fato que não ocorria desde 1415 em plena segunda de Carnaval, o Jornal Hoje teve que desidratar a cobertura da folia e recebeu um especialista na bancada em uma edição que teve cerca de 10 minutos a mais que o habitual. Durante a tarde, Heraldo Pereira comandou chamadas extraordinárias do Jornal Nacional, que não teve a mesma sorte do JH em ser esticado. Antecedendo o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, o telejornal dedicou 21 minutos diretos para renúncia do papa, 2 a menos do que para tragédia de Santa Maria na edição do dia 28 de janeiro. O JN teve a escalada aberta com a data e contou com entradas ao vivo de Marcos Losekann direto do Vaticano

Sim, de Marcos Losekann. Ilze Scamparini estava de férias no Brasil e o correspondente mais próximo (no caso, de Londres) foi deslocado. E a chegada dele no pedaço mais emblemático de Roma não foi fácil. Como o próprio contou, o jatinho teve problemas e quase arremeteu. No final, tudo deu certo e a Globo terminou o dia com um correspondente na Itália. Antes, a cobertura se baseava em Londres e tinha o apoio da correspondente da Globo News em terras italianas.

Ilze participou da cobertura, mas com um VT feito do Rio de Janeiro. Entretanto, ela já apareceu em Roma nessa terça depois de ter as férias canceladas, tadinha. Novos dias de descanso para Ilze provavelmente só depois do conclave que vai escolher o sucessor de Bento XVI. Aliás, existe uma expectativa interessante para que esse sucessor seja de fora da Europa. Será que veremos um papa brasileiro? Sendo daqui ou não, o fato é que a primeira viagem internacional do próximo papa deverá ser para Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro.

SBT

Comandado por um judeu, o canal voltou a surpreender em mais uma animadora cobertura da gestão de Marcelo Parada. As edições de segunda e terça do SBT Brasil dedicaram boa parte de suas durações para repercussão da saída de Bento XVI do posto de papa. Além disso, o correspondente milanês (Guilherme Aquino) e o londrino (Sérgio Utsch) foram deslocados para o Vaticano.

Record

Já o canal de Edir Macedo noticiou a renúncia em rápida nota durante o Fala Brasil e deu pouco destaque ao tema, apesar dele ter aberto a edição de segunda do Jornal da Record. O mais perto que a rede chegou do Vaticano foi com link de Mauro Tagliaferri em Lisboa. A Record News até mostrou mais interesse no tema chegando a falar com especialistas ao longo do dia (por telefone, claro). Já o R7 preferia destacar a ansiedade pelos desfiles das escolas de samba cariocas em sua home.

Abaixo, capas de jornais de todo o mundo que também noticiaram o que já é um dos fatos mais relevantes de 2013:




 



















Vila Isabel volta a despontar como favorita no Carnaval 2013


Assim como em 2012, o blog aposta na Vila Isabel como campeã do Carnaval carioca. Batemos na trave no ano passado, mas quem sabe o acerto não vem agora? O desfile da tradicional escola foi simples, assim como propunha o enredo, mas suficiente para levantar a Sapucaí e ser a única agremiação a arrebatar gritos das arquibancadas.

A Unidos da Tijuca veio melhor do que 1 ano antes, mas os problemas técnicos a tiram do páreo. Outra que poderia ser mais favorita é a Mangueira, mas o atraso de 7 minutos para sair da avenida pode aniquilar as chances da verde e rosa.

A Grande Rio brilhou e conseguiu se reerguer depois de anos de desfiles medianos. Mocidade, União da Ilha, Salgueiro e São Clemente não levaram grandes inovações, mas foram corretas e brigam por vaga no Desfile das Campeãs. A Beija-Flor também fica nessa zona, mas levando em conta o tradicional rodízio estabelecido de 1 ano de vitória para escola de Nilópolis e 1 ano para outra qualquer, podemos aguardar o campeonato em mãos azuis e brancas.

Imperatriz e Portela se mostraram reféns da história com desfiles pobres e que definitivamente não encheram os olhos do público. E a novata Inocentes de Belford Roxo não veio para se fixar e deve cravar seu retorno para Série A na apuração dessa quarta.

Abaixo, o blog mostra seu ranking sobre os desfiles do grupo especial carioca. Ao lado, a comparação com o mesmo ranking elaborado pelo blog antes da divulgação das notas em 2012.

1° Vila Isabel (0)
2° Grande Rio (+9)
3° Mocidade (+2)
4° União da Ilha (+2)
5° Salgueiro (+3)
6° São Clemente (-3)
7° Beija-Flor (0)
8° Mangueira (-4)
9° Unidos da Tijuca (-7)
10° Imperatriz (+2)
11° Portela (-1)
12° Inocentes de Belford Roxo 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A coesão pela associação semântica entre as palavras

A associação semântica entre as palavras é essencial para o que o texto possua uma coesão lexical satisfatória, já que possibilita a criação de relações que mantém a unidade do tema. Sem ela, o texto seria um mero amontoado de frases soltas. Tais unidades lexicais podem ser associadas devido a relações de antonímia, co-hiponímia e partonímia.

A coesão de um texto também pode derivar da conexão estabelecida entre suas diversas partes. Esse recurso permite a sequencialização do que está escrito para o leitor, adicionando nexo ao referido. Os conectores podem estabelecer diversas relações, como de causa, conclusão e comparação, dentre outras.

Na relação de causalidade, um dos segmentos do texto expressa a causa da conseqüência indicada em outro.

Já na condicionalidade, um segmento expressa a condição de outro. Ou seja, se um for verdadeiro, o outro automaticamente se torna real.

Na temporalidade, o tempo das ações é o foco, podendo esse ser anterior, posterior, simultâneo, habitual ou proporcional, dentre outros.

A relação de alternância é marcada pela presença de elementos que se alternam e acabam excluindo-se mutuamente, tornando impossível que ambas as alternativas sejam verdadeiras.

Na conformidade, um elemento de um segmento é expresso quando está de acordo com algo pontuado em outro.

Quando um segmento funciona como termo complementar de outro , está marcada uma relação de complementação. Ela costuma ser evidenciada por termos como que, se e como.

A relação de delimitação, também conhecida como de restrição, ocorre quando uma oração restringe o conteúdo apresentado em outra.

Na adição, os itens vão sendo introduzidos de forma que somem ao conjunto. Já a relação de oposição é marcada não por conectores (estes, aliás, também são essenciais na relação de justificação ou explicação), mas por expressões adversativas e concessivas.