domingo, 12 de janeiro de 2014

Patrulha Salvadora mostra passo importante para o SBT

O SBT continua bebendo na fonte do sucesso de Carrossel. Mas dessa vez acertou na dose ingerida. Ao invés de seguir levando as crianças uniformizadas em uma maratona de programas da casa ou tentar uma reprise do que já deu certo, o canal voltou a apostar em uma série própria após décadas. E no formato de spin-off, consagrado nos Estados Unidos.


Do que se trata? De uma produção que é filha de outra. No caso, Patrulha Salvadora de Carrossel. É o mesmo que a Globo Filmes fez recentemente com Giovanni Improtta (Senhora do Destino) e Crô (Fina Estampa). Só que a trama do SBT conseguiu destacar bem mais de 1 personagem. Sendo assim, vários deles foram mantidos, como Maria Joaquina, Cirilo, Jaime, Alícia e Daniel.

Personagens conhecidos do público, o que gera identificação imediata, e também entrosados entre si. Com o elenco afinado já em uma estreia, a possibilidade de uma edição mais caprichada e de mais cenas externas pela exibição semanal, Patrulha Salvadora consegue superar a sua inspiradora. Mantém o clima de infância, mas soando menos boba.

O timing escolhido pelo SBT também pode pesar muito a favor da produção. Os personagens estão frescos na memória do público, mas também não a ponto de fazerem parte do cotidiano deles. E a trama periga passar logo a marcar mais do que a substituta de Carrossel e ocupante do horário nos dias úteis: Chiquititas. A nova novelinha vem em queda livre e não cumpre o papel exercido pela antecessora, que foi vice-líder em todos os capítulos, enfrentando até mesmo ocasiões atípicas, como a onda de protestos de Junho. E pelo simples fato de complicar demais uma história infantil, o que felizmente não aconteceu na transição da Escola Mundial para Kauzópolis.

Destaque também para Íris Abravanel, que escreve os roteiros das novelas baseados nos originais mexicanos, mas agora assumiu (e deu conta do recado) em fazer textos inéditos para os pequenos. Apesar de ter uma clara inspiração em Scooby Doo (até pela presença do Rabito), Patrulha Salvadora tem sua boa identidade.


Méritos ainda ao bom uso de efeitos especiais. Aliás, isso remete ao autor Tiago Santiago em dois pontos. Patrulha pode ter (justamente, já que os textos são do SBT) inspiração em seu projeto O Superpoder do Amor, que foi engavetado pelo canal antes dele ser demitido. E evidencia como a Record comeu poeira ao nunca tentar algo do tipo. Séries semanais se aproveitando das deixas de Mutantes, de núcleos de êxito de suas novelas como o salão de Bela, a feia (que depois teve o elenco quase que totalmente regressando para Globo) ou até de Rebelde dificilmente fariam feio.

E remetendo ao caso da debandada do elenco da Record para Globo, a iniciativa do SBT em investir no seriado também pode ser muito proveitosa nesse ponto. Ou alguém acha que talentos como Larissa Manoela resistiriam muito tempo na geladeira enquanto certamente há um forte assédio de concorrentes?

Com 7 pontos de média em uma faixa em que o SBT não costumava passar dos 5 (e com a Record tendo escalado A Era do Gelo 2 para o confronto), resta torcer para que os primeiros episódios previstos possam se transformar em muitos. É uma grata opção para crianças de todas as idades na faixa.

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