quarta-feira, 30 de março de 2011

Vitória de Maria mostra novo pensamento do brasileiro

Como tantos outros blogueiros, pensei em escrever uma crítica sobre a final do BBB11 e a vitória de Maria. Mas veio do G1 a mais perfeita delas que irei reproduzir aqui. Sim, o G1 também escreve críticas (no caso, a Dolores Orosco). De vez em nunca, mas com perfeição. O texto retrata bem que por trás da vitória de Maria, existem muitos outros participantes que ajudaram a quebrar tabus no reality mais popular da TV Brasileira.


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Maria: 43% dos votos na final renderam prêmio de 1,5 milhão

A vitória da Maria Melilo no Big Brother Brasil 11 na noite de terça-feira deu fim à supremacia masculina no reality show. Diferente de temporadas anteriores, bonitões musculosos e extrovertidos que se julgavam bons jogadores não tiveram vez. Com essa turma, o público foi implacável.

E olha que nesta edição o que não faltou foram releituras de brothers campeões. Difícil não comparar as condutas de Diogo gago, MauMau e Rodrigão com as trajetórias vitoriosas de Diego Alemão, Max Porto ou Marcelo Dourado no passado.

Os campeões de outrora já aportavam na casa do reality show com uma carga tão grande de autoconfiança, que coagiam seus concorrentes. Diante deles, aos outros brothers da disputa restava se tornar aliado (agindo como amigo de décadas) ou adversário (abraçando assim o rótulo de vilão).

Sorte desses antigos vitoriosos não ter encontrado pelo caminho Natália, Talula, Diana, Daniel e Maria. Cada um a seu modo ajudou o público a perceber que estava ficando chato premiar sempre o mesmo perfil de competidor: o ogro de bom coração. Foi o fim da supremacia dos Shreks e enfim, a vingança dos derrotados.

Os três patetas

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 Trio achou que tinha o amor do Brasil, mas errou brutalmente

Ao final do primeiro mês de BBB 11, Diogo, Mau Mau e Rodrigão já se julgavam finalistas. Em conversas particulares, os rapazes sonhavam alto com o momento em que só os três estivessem no confinamento – o que significava faturar os prêmios de R$ 50 mil, R$ 100 mil e R$ 1,5 milhão.

A primeira a se dar conta da tal postura foi Natália. Determinada e de poucos sorrisos, a moça fez os marmanjões comerem poeira em provas de resistência e logo ficou claro que na disputa que ela estava no lado oposto ao dos fortões.


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 Diana, Natália, Daniel e Talula:
Eles não venceram, mas tiveram papel essencial na construção da vitória de Maria

Foi Natália quem indicou Mau Mau para o paredão que o eliminou – pela primeira vez. O rapaz voltou ao programa após ser escolhido pelo público em uma casa de vidro com ex-participantes. Mas nada que significasse favoritismo, como o trio logo conclui sem modéstia alguma.

O espectador queria mesmo era ver Mau Mau dar um flagra em Maria, a namoradinha do brother na casa, que aquela altura estava aos flertes com um novo participante, Wesley.

O flagra aconteceu e o que se viu na sequência foi um espetáculo triste e machista. Com a ajuda de Diogo e Rodrigão, Mau Mau passou a julgar e tratar Maria como a última das pecadoras. E não bastavam os pedidos de perdão que a morena declarava aos pratos pela não-traição.

Diana – a loira moderninha, que distribuiu beijos com gosto de leite condensado nos meninos e meninas da casa – foi a primeira a se escandalizar com o teatro misógino dos fortões. E incentivava Maria a concretizar seu flerte com Wesley, já que num programa de TV ninguém vai casar mesmo, é só pegação, dizia ela.

O olhar debochado de Diana contribuiu para que o público não caísse no ridículo jogo de conservadorismo armado pelo trio. Maria não era Madalena. Era apenas uma moça solteira participando de um reality show. Amor eterno e cinco minutos de fama - uma combinação fadada ao fracasso.

Se Diana deu fim ao número de Romeu arrependido de MauMau, foi Talula quem alertou o resto da casa sobre o clima de já ganhou dos fortões. Mostrou ao resto dos participantes que se o trio não fosse desmanchado, seriam eles os eliminados.


Talula ganhou aliados – mas também perdeu. Jaqueline e Paula, por exemplo, preferiram seguir o caminho seguro e se aliar aos ogros. Afinal, eles costumam sair ganhadores do BBB não é mesmo?

Daniel comprou a ideia da colega. Esperto que é, pois ele mesmo não se encaixa no perfil dos fortões que costumam vencer o programa.


Com a sorte a seu favor, Daniel ganhou lideranças e atendeu ao Big Fone. Despachou em paredões Diogo e MauMau, que naquele momento já haviam esgotado a paciência do público, como demonstrou a alta porcentagem de votos.

Rodrigão, o favorito na disputa desde o início, foi o que mais se aproximou da final. Chegou a ficar entre os cinco, ao lado de Wesley, Maria, Daniel e Diana.

Teria sido interessante ver Diana na grande final. Mas o público apostou no bom mocismo de Wesley, o vice-campeão. Sim, o público ainda preserva parte de sua postura conservadora.

Mas muita coisa mudou. Maria está longe do padrão das mulheres que já venceram o BBB. Não é a moça pobre, semi-alfabetizada que sofreu muito na vida. Escandalosa e abobalhada, venceu porque se divertiu até dar vexame. E divertiu também o "grande irmão" que no fim das contas, é o próprio espectador.

Texto com adaptações em relação ao original

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