segunda-feira, 14 de abril de 2014

Quando a ocasião faz a festa de uma nação

Para o torcedor do Flamengo, os últimos dias não foram fáceis. Elias fechou com o Corinthians, o STJ com o Sport e o León com as oitavas de final da Libertadores... Sem o passeio pela América continuar, a solução da crise seria vencer o campeonato em que o time passeou mesmo usando reservas em várias rodadas. Campeão com tamanha antecedência da Taça Guanabara que a taça em si nem estava pronta no dia da conquista e depois de despachar facilmente a Cabofriense, o Flamengo enfim se viu diante de um grande desafio no Campeonato Carioca, no qual havia perdido somente 1 jogo para o Fluminense.


Não era o time que até dias atrás era de Libertadores contra o de série B. Era Flamengo x Vasco, o clássico dos milhões, em que o imponderável se torna rotina. A invencibilidade se manteve e a taça estava lá pronta para ser erguida e exibida com todo o orgulho como 2º título relevante em poucos meses de trabalho de Jayme de Almeida. A vantagem só do empate, tão questionada quando a fórmula foi apresentada, acabou decidindo o título. No placar agregado, 2 a 2. No domínio dos 2 jogos da final, realmente houve equilíbrio. Mas o novo Maracanã não se cansa de ver o Flamengo campeão. Além da Seleção Brasileira na Copa das Confederações, até agora só deu Fla no lugar mais alto do pódio após o retorno do principal templo de nosso futebol, que já tem data marcada para ser o centro dos olhos de todos os brasileiros que curtem o mais popular dos esportes de novo: depois desse 13 de abril, a vibração retorna em 13 de julho. E dessa vez não mais rubro-negra, mas esperamos que verde e amarela.

E uma vibração maior ainda. O público da grande final foi de 50 mil torcedores, abaixo até mesmo dos 60 mil que acompanharam o duelo do mesmo Flamengo na quarta-feira passada. Na Copa, deverão ser quase 70 mil privilegiados. Mas boa parte da meia centena de milhar que ocupava o estádio hoje não arredou pé mesmo após o gol do Vasco aos 30 minutos do 2º tempo. Naquele momento, o cruz-maltino era campeão e poderia expurgar por algum tempo a fama de eterno vice. O lado preto e branco do Maraca não somente comemorava um título, mas desferia xingamentos aos flamenguistas como se fosse uma compensação pelos anos de freguesia. Porém o improvável até para os rubro-negros aconteceu. Afinal, o futebol é um caixinha de surpresas, como lembro-me de já ter escutado em algum lugar (umas duas centenas só). Aos 45 (literalmente), veio a explosão de alegria. Para aqueles que tinham o campeonato somente como obrigação há uns 20 minutos, o título se tornou digno de uma grande comemoração. A ocasião fez a festa da nação. O freguês virou cliente VIP. Ou VIPão até. Afinal, o Flamengo decepciona algumas vezes sua torcida, mas o histórico das finais nas últimas décadas mostra que o Vasco não. Agora são 33 Cariocões Guaraviton  nas prateleiras da Gávea, marca maior do que qualquer adversário possui. Só que o gostinho de cada conquista segue sendo especial.

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