sábado, 5 de outubro de 2013

Marina Silva surpreende e muda o tabuleiro eleitoral para 2014

Foram muitas as especulações sobre o futuro político da ex-senadora Marina Silva entre a negativa do registro da Rede Sustentabilidade pelo TSE e a coletiva desse sábado. Diversos partidos foram ventilados, mas a solução encontrada surpreendeu a todos. Marina e parte dos membros de seu grupo político fecharam com o PSB, do governador pernambucano Eduardo Campos.

Marina não anunciou se será vice de Campos. Mas praticamente escancarou que o contrário não ocorrerá. Algo inesperado por si só, já que ela possui muitas vezes mais intenções de votos do que Eduardo. A pressão externa por uma inversão na ordem anunciada da chapa já pode desgastar a relação sem que seja necessário movimento de nenhum dos lados. Aliás, a relação, chamada de "plano C" por Marina, nasceu em menos de 24h.

Se irá dar frutos ou não daqui a 1 ano, já é outra história. O PSB possui uma base forte de prefeitos que faz diferença, mas isso ainda não foi convertido em um bom tempo de TV. Com a possibilidade de sair com 2 filiados ao próprio partido como presidente e vice, a chance de coligações também cai.

Mas Marina agrega simpatia de todos os lados do empresariado, assim como o próprio Campos. A verde também tem penetração em cidades gigantes, como Brasília e Belo Horizonte, onde seu desempenho em 2010 (ainda como filiada ao PV) foi impressionante, mas o chefe do Executivo pernambucano deve permanecer como ilustre desconhecido da maioria até o começo da corrida eleitoral.

Para o PT de Dilma Rousseff, a parceria pode ter resultados diferentes. Fazer com que a disputa acabe logo em 1º turno, já que são menos candidatos na disputa ou gerar uma força opositora de peso no 2º, seja com os próprios passando ou subindo no palanque de Eduardo Campos. O mesmo ocorre com o PSDB de Aécio Neves, que teria chances reais com o novo apoio, mas também pode sair massacrado se perder até mesmo o posto de principal contraponto ao PT. Petistas e tucanos vem se revezando no poder e nas primeiras colocações desde 1994, quando Fernando Henrique Cardoso foi eleito e Lula ficou em segundo lugar. De lá para cá, as posições se repetiram em 1998, 2002 (Lula/Serra), 2006 (Lula/Alckmin) e 2010 (Dilma/Serra). O maior êxito de uma 3ª via foi justamente no pleito mais recente, quando Marina abocanhou 20 milhões de votos.

Mas qual será o resultado do acordo para a pessoa física Marina Silva? A união com um representante de tão criticada "velha política" certamente decepcionou muitos militantes. Ela mesma havia colocado Campos no mesmo saco de Dilma e Aécio há poucos meses. E vai perder um bom tempo que poderia ser gasto com propostas somente em justificativas. Mas garante que não sairá do mapa político para 2018. Arranhada ou não, estará lembrada. E se tudo ainda segue indefinido para brevemente, imaginem só para daqui a 4 anos...

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