sábado, 5 de outubro de 2013

Dirigentes do ABC brincam com a sorte. Farão isso até quando ela falhar?


Não é novidade para ninguém que quem comanda o futebol brasileiro gosta de brincar. Seja com os concorrentes, com o pagamento de salários... Mas o limite aceitável é transposto quando vidas são coladas em jogo. Foi isso que aconteceu hoje no estádio Frasqueirão. Faltou pouco para uma tragédia marcar a rodada do Campeonato Brasileiro nesse sábado. O risco de vítimas fatais foi relatado até mesmo pelo árbitro na súmula do jogo.

O que aconteceu? Até então na zona de rebaixamento e acumulando maus resultados, o ABC não despertava interesse em sua torcida para lotar o Frasqueirão toda semana. Com a partida contra o Palmeiras, a lotação era certa, já que a presença de um time de relevância nacional em terras potiguares é quase nula. Mas Rubens Guilherme não ficou satisfeito em simplesmente faturar muito para os padrões ABCdistas. Queria muito mesmo. Vendeu de ingressos a capacidade total da arena. Jornalistas, convidados, sócios-torcedores, estafes dos times, policiais... Todo esse número que também é de pessoas foi ignorado. Mesmo que oficialmente não se confirmem os números, era visível que havia um excedente gigantesco de gente. E não há desculpas para isso. Policial algum poderia barrar torcedores com ingresso comprado antes de algo dar errado. Mas deu.

Pouco antes do começo de partida, quando os times já estavam em campo, um tumulto de grandes proporções começou aos arredores de uma das grades. Para escaparem da multidão sem controle que não tinha para onde rumar, mulheres e crianças pularam o alambrado e invadiram o campo. E a partida que deveria ser suspensa pela situação insustentável foi somente adiada até alguns conseguirem se acomodar. Outros tantos simplesmente passaram mal e foram ao posto médico. 

O técnico do ABC chegou a apontar uma meia dúzia de cadeiras vagas na torcida do Palmeiras como solução para pelo menos centenas sem espaço dentre os ABCdistas. Bizarrice "justificada" por se pensarem somente em pontos, já que a pressão dos torcedores poderia mudar o rumo do jogo. E aconteceu. Acuado após já ter visto uma invasão de campo, o árbitro simplesmente se esqueceu de anotar 2 pênaltis para o Palmeiras. No placar, o ABC acabou vencendo por 3x2 e deixou o Z4. Mas deu um gol contra no respeito ao ser humano. 

Na TV

O assunto ganhou destaque em todos os telejornais de rede, incluindo na escalada do JN. Curiosamente, a mídia local mais se importou com a história normal do jogo e minimizou o ocorrido. 


A Band, que transmitia tudo em TV aberta ao vivo, viu a edição nacional do Brasil Urgente ser cancelada, com José Luiz Datena entrando no ar somente para São Paulo. A Globo SP já havia preferido ignorar o jogo antes, mesmo 

Reações

O ABC pode ter de pagar multa e perder até dez mandos de campo, porém a CBF ainda não se manifestou sobre o tema. Profissionais do Palmeiras, como técnico Gilson Kleina, deram entrevistas ainda visivelmente abalados em campo condenando os responsáveis pela confusão. 

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