sexta-feira, 5 de julho de 2013

O tempo voou, amor...


13 de agosto de 2012. Entrava no ar mais uma temporada de Malhação. Após chamadas narradas em tom caricato por Léo Jaime, que prometiam "curtição e atitude", pouco se podia apostar no futuro da temporada. O trio protagonista original nada mais era do que um triângulo amoroso clichê em escala máxima. Até o futuro destaque parecia simplesmente mais uma periguete juvenil, como já é rotina em novelinhas adolescentes.

5 de julho de 2013. O saldo com que Malhação 2012 chega ao final é surpreendente. Após viradas, a trama manteve-se com frescor durante praticamente todo o ano e pode ser apontada como uma das melhores temporadas da história recente, senão a melhor.

Em 4 de outubro, o blog já alertava sobre o potencial do folhetim. "As histórias de todos os núcleos são absolutamente verossímeis e geram identificação fácil com o telespectador que é realmente alvo da trama", disse na época. Isso que a diferencia da excelente, porém adulta, temporada 2010/2011, como também citado na época.

Aliás, é absolutamente destacável que Malhação 2012 pode ser considerado um fenômeno muito maior em termos de fãs do que a temporada ID, estrelada pelo cantor Fiuk, ou do que a versão brasileira de Rebelde. Nos casos citados, houve uma verdadeira proliferação de fã-clubes, mas não dos personagens. As cantorias do filho de Fábio Júnior ou do sexteto pop chamavam muito mais atenção do que os folhetins. Agora, não. Juliana Paiva e Rodrigo Simas, por exemplo, ganharam inúmeros fãs, mas a torcida para valer era pelo casal Brutinha (Bruno e Fatinha).

Na virada dos anos, uma virada radical alterou os rumos da trama. Torcemos para que um mínimo de coerência fosse mantido após isso. E ele foi. A substituição do protagonista foi conduzida de forma que a impressão geral das mudanças era perceptível apenas com uma análise mais aprofundada. No ar, tudo soava como se o rumo original estivesse mantido.

Porém, após as devidas despedidas dos personagens rejeitados, houveram também mudanças além da substituições, como o sensível aumento do espaço da Fatinha de Juliana Paiva na trama. Maria de Fátima dos Prazeres, ou simplesmente Little Fátima, roubou a cena das também competentes Alice Wegmann e Agatha Moreira. Aliás, intitular o trio como as meninas super poderosas da trama não seria nenhum exagero.

Lia mostrou uma densidade incrível de sentimentos, já que certamente foi a personagem mais atormentada durante a novela. Entre sequestros, internações e outras tretas, a marrentinha não ficou em paz por provavelmente mais de 5 capítulos consecutivos. Destaca-se o modo com que ela usou as expressões e olhares ao seu favor.

Agatha Moreira, a Ju, talvez seja a mais fraca do trio, mas convenhamos que é a única que estreou no mundo das novelas agora. Com as devidas relativizações feitas, pode se constatar o crescimento da moça ao longo da novela, principalmente quando a história soprou ao seu favor, como quando ela sofreu com a bulimia.

E a Fatinha? Ah, que musa... Tão musa que merece um post especial para exaltação de suas inúmeras qualidades.

~pausa para voltar ao foco depois de relembrar mentalmente alguns momentos da Fatinha~

Já que a última personagem definida foi a Ju, nada mais justo do que elogiar seu par, o Gil. Daniel Blanco começou perdido na trama e oscilava bons e maus momentos, porém entrou na pele do personagem nessa metade final e ganhou destaque, principalmente com seu par romântico, como a em que ambos perdem a virgindade, que se tornou pauta até mesmo no Encontro com Fátima Bernardes da última quinta e com Marcela, a excelente personagem de Daniele Winits, que infelizmente teve de sair da trama para fazer um papel de destaque mínimo em Amor à Vida. 

Ainda no time masculino, outro trio da novela também se destacou. David Lucas, Peter Brandão e Vitor Sparapane deram certo. A mistura improvável entre um nerd, um funkeiro e um surfista rendeu excelentes momentos, mesmo após Orelha, Pilha e Fera terem encaminhado relacionamentos amorosos. Aliás, Cacá Otonni (Morgana, namorada do Orelha) e Jéssica Ellen (Rita, namorada do Fera) também são dignas de elogios por suas atuações.

Os destaques seguem se proliferando do elenco infantil, como a Tatá de Pietra Pan até o idoso, com Paulina, curiosamente avó de Tatá, interpretada por Ida Celina. Ainda temos a alegre Rosa, que em muito lembra a Dona Zica da temporada 2010 e a não tão alegre Marta, que marcou o retorno de Silvia Pfeifer para uma trama global, porém o maior destaque do núcleo adulto, desconsiderada a Marcela de Dani Winits, fica com um casal. Ou melhor, um ex-casal. Patrícia Vilela e Marcelo Vazea, respectivamente, Raquel e Lorenzo. A humanização emprestada pela dupla foi essencial para o êxito dos personagens.

E até os personagens malvados triunfaram, pelo menos em termos de atuação. Embalado por ter feito um tipo parecido com o Binho de Rebelde, Pedro Cassiano mandou bem como o Sal. Luana, vivida por Louise D'Tuani e que foi sua namorada na trama, também se destacou, mesmo tendo uma participação reduzida. Guilherme Leicam (Vitor), irmão do Sal na novela, não foi um destaque exatamente, porém cumpriu seu papel ao substituir seu xará Prates e passou longe de comprometer o andamento das histórias, já que ele mais servia como escada para Lia.

Claro, entre a Fatinha, os mais fortes e os mais fracos, existem outras dezenas de nomes dignos de menção. Menção que os foi feita nos créditos da novela, então nos atenhamos em destaques que vão muito além da interpretação, afinal, os atores nada podem fazer com maus textos. Rosane Svartman e Glória Barreto conseguiram manter uma novela no ar por quase 1 ano sempre com cheirinho de novidade e juventude. E sem apelação para gírias numa tentativa desesperada de aproximação com  o público, como já chegou a acontecer em outras temporadas.

Da abertura simples, que abandonou os efeitos gráficos pesados dos tempos de outrora até uma trilha que mesclava sucessos internacionais e nacionais, como Paradise e Tempos Modernos, tudo foi harmonicamente estabelecido para simplesmente ser jovem, sem nenhum exagero. Afinal, é ou não é esse o papel de Malhação? Enfim, vamos nos permitir.

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