Ao se tomar a palavra, o indivíduo já
passa indubitavelmente a tentar ajudar na construção do seu ethos. Mesmo sem
citar suas qualidades diretamente, o estilo de fala já influencia nisso. E esse
uso da retórica com tal fim já é apontado desde a antiguidade.
Numa rede de contatos, a interação
entre eles gera uma troca mútua de tentativas de estabelecimento dos ethos. E
isso pode ser demonstrado nos mais variados ambientes, como exemplifica Ruth
Amossy ao citar diversas figuras históricas.
Imagens
de si no discurso: a construção do ethos também trata de maneira relevante sobre certas teorias,
como a criada pelo canadense Albert W. Halsall, que se funda no exame da
concepção aristotélica de autoridade aplicada a uma questão frequentemente
debatida na poética da narrativa: a da credibilidade do narrador.
Também é demonstrado que essa
tentativa constante de fortalecimento do ethos pode ocorrer tanto diante de um
auditório quando em ambientes mais reservados. E variando por todos os níveis
sociais, assim como os motivos causadores, é claro.
O final do capítulo Da noção retórica de ethos à análise do discurso
demonstra ainda que esse mutável conceito ainda pode ser explorado
academicamente em diversas frentes, principalmente por seu trânsito dentre
diversas linguagens.
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