quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Você acha que todo jovem tem motivos para ser rebelde?


"Você acha que todo jovem tem motivos para ser rebelde?". Com essa simples pergunta, de mansinho, o SBT iniciava em 2005 a divulgação da novela que se tornaria mania nacional. 8 anos depois, a pergunta foi substituída pela afirmação "Eles não são mais crianças, mas também não são adultos". A frase se refere aos estudantes do Elite Way School, fictícia instituição que funciona em sistema de internato e onde se passa boa parte da trama, mas também pode ser facilmente aplicada aos fãs de Rebelde, público normalmente ignorado pela TV aberta, que tem em uma atualmente fraca Malhação (que voltou ao seu padrão de obviedade após uma grata temporada fora do curso) a única produção de dramaturgia voltada aos seus hábitos no ar.

Os genéricos: Sucesso para os padrões da Record, porém sempre na sombra dos seus inspiradores

De 2005 para cá, a autointitulada geração Rebelde viu até mesmo uma versão nacional do folhetim ser idealizada pela Record. A aventura até alçou bons resultados iniciais, mas tanto a trama quanto a banda acabaram sendo rapidamente esquecidas pelo grande público após acabarem. Fenômeno que se repetiu na Argentina, em Portugal... Originais ou não, os mexicanos é que sacaram bem o espírito de rebeldia.

No centro do poder e também no do futebol: Fãs do RBD lotaram o Maracanã

E o SBT logo sacou a oportunidade que tinha. A exibição no Brasil começou menos de 1 ano após a estreia no México, uma diferença mínima se compararmos o histórico das parcerias entre o canal e a Televisa. Seja propositalmente ou não, esse pequeno intervalo permitiu que o estouro do grupo RBD, oriundo do sexteto protagonista da novela, acontecesse simultaneamente por toda a América Latina. E até nos Estados Unidos, com direito a DVD gravado em Hollywood, que pode ter sido o mais charmoso, porém passou longe de ser o que mais atraiu pessoas para sua gravação. Esse posto fica com os 800 mil brasilienses que lotaram a Esplanada dos Ministérios para o show do grupo. Virou até notícia na Globo. E em seu canal de notícias.

Infelizmente, o burburinho provocado pela novela se tornou notícia na emissora líder também pelo grave acidente ocorrido durante uma tarde de autógrafos em um supermercado de São Paulo. Dias depois, o ainda abalado grupo falou ao SBT sobre a tragédia. A mais triste das participações do grupo na programação do canal, porém longe de ser a única. O RBD passou do Charme ao Domingo Legal. E o grupo deu seu "Olá, tudo bem?" até no Domingo Espetacular. Aliás, o show de despedida do grupo em São Paulo também foi transmitido pela Record.

Será que a Dilma topa receber o grupo caso o retorno se confirme?

São Paulo, que assim como Brasília, Manaus, Belém, Fortaleza, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro pode acompanhar a histeria coletiva de adolescentes com shows do grupo. Mais contido, até mesmo o então presidente Lula recebeu o sexteto.

A repetição desse fenômeno agora parece mais complicada, já que o RBD continua separado e muitas de suas estrelas vem conseguindo bom êxito em seus projetos solo, incluindo as turnês no próprio Brasil. Mas há quem garanta que o retorno da banda esteja programado para 2014 e arrisque até mesmo a programação de uma série de shows pelo Brasil durante a Copa do Mundo. Mas o SBT deve mesmo é querer que Mia, Roberta, Lupita, Miguel, Diego e Giovanni sigam batendo um bolão em termos de Ibope. Apesar de dançarem pela grade conforme a sintonia de Silvio Santos, as três temporadas da novela emplacaram excelentes números. Nota de 2006 relembra o folhetim com 14 pontos de média e 16 de pico. Sucesso que obviamente rendeu licenciamentos, como as versões Barbie das protagonistas. E até mesmo diversas premiações influenciadas pelo voto popular.

Se a história vai se repetir? Os dramas dos adolescentes mexicanos certamente sim, mas nós e o SBT teremos que acompanhar tudo de novo caso o interesse seja também na "reprise" dos excelentes índices. A principal música do grupo diz que "tem que apostar, tem que apostar sem medo". E isso que a cúpula da Anhanguera fez. Porém, a mesma letra também diz que "tudo na vida é perder ou ganhar". Como será a vida da mais mexicana das emissoras brasileiras após essa e tantas outras mudanças recentes? É o que passaremos a descobrir a partir de segunda, às 21h15.

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