Durante as negociações, a Globo se mostrou receosa com uma eventual rejeição do seu público ao sangue das lutas. Mesmo assim, resolveu apostar alto e assinou contrato de exclusividade. Para dar um clima ainda mais especial, o narrador tinha que ser Galvão Bueno. A voz do esporte brasileiro, mesmo que divida opiniões. Ele foi poupado até de narrar o amistoso da Seleção Brasileira contra o Gabão para estar em sua forma máxima no evento de MMA. E que forma!
Logo no início, Galvão relatou estar bastante excitado com os gladiadores do terceiro milênio. Sim, assim que os lutadores foram chamados. Segundo suas analogias, a arena onde estava o octógono ainda virou o Coliseu. Claro que não podia faltar uma gafe, mesmo que leve, quando soltou um IFC.
Apesar de várias matérias nos telejornais da casa durante a semana, a exibição ao vivo ainda tentou familiarizar o público. Quando foi citada a proibição de que os lutadores encostem na grade, uma referência ao comentarista de futebol Arnaldo César Coelho: "Ele diria que a regra é clara!".
O ufanismo foi outra regra. Júnior Cigano se tornou "o Brasil no octógono". Após 1 minuto e 4 segundos, o êxtase de Galvão. "OPA! OPA! PEGOU! PEGOU! ESQUERDA! ESQUERDA! TROCOU! TROCOU! VAMO LÁ! VAMO LÁ! ACABOU! É BRASIL! JÚNIOR JÚNIOR JÚNIOR CIGANO DO BRASIL". Assim, em Caps Lock mesmo, para que fiquem clara a gritaria. Ao lado dele, o comentarista Vitor Belfort chorava. O clima era digno de título mundial. A emoção que só o melhor narrador do país consegue passar. Para completar a festa, o sonoplasta solta a vinheta de "Brasil sil sil!". Impossível ignorar.
Ao final, Galvão falou com a moral de quem é narrador fixo de mais uma modalidade e anunciou que o UFC volta para tela da Globo no dia 14 de janeiro. É aguardar mais uma dose de emoção e nacionalismo na TV.
Falem o que quiser, mas o Galvão, com todo o seu patriotismo, ainda é o narrador que melhor transmite a emoção em suas narrações, pena que foi muito curto
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